19 Maio 2019

O pleonasmo é uma figura de linguagem que consiste na repetição de uma ideia por termos diferentes, a fim de dar ênfase ao que é dito. Assim, da mesma forma que outras figuras, tais como: metáfora, metonímia, eufemismo, ironia etc., o pleonasmo tem uma função específica na comunicação.

O que é comum ocorrer, contudo, é a demonização dessa figura de linguagem, uma vez que existe o que se chama de pleonasmo vicioso: quando a repetição é um vício de linguagem e não serve a um efeito de sentido. Por exemplo: “Ele entrou dentro do carro” pode ser considerado vício de linguagem, já que “entrar” é, por definição, “mover-se para dentro”. O “dentro”, nesse caso, dá uma ênfase desnecessária e a frase poderia ser simplesmente: “Ele entrou no carro.”

Porém, talvez por medo de cometer o pleonasmo vicioso, muitas pessoas evitam e julgam erradas as falas que fazem uso do pleonasmo; o que é um grande equívoco. Vamos agora às explicações sobre os casos apresentados.

 

LÓGICA (não ocorre pleonasmo)

Resultado final: durante um processo, pode haver vários resultados, já que vêm do verbo “resultar”: fazer surtir efeito ou proporcionar consequência. Assim, por exemplo: “Eu inventei de tentar fazer bolinhos de chuva e errei tudo, mas o resultado final foi razoável.” No contexto da frase, houve vários resultados desastrosos, mas, por fim, o narrador foi capaz de fazer bolinhos bons, esse foi o resultado final.

 

Conviver junto: a definição de “conviver” é “viver junto”, então o segundo termo é redundante. Só que, em determinadas situações, essa expressão faz todo sentido e é até necessária. Vejamos: uma família convive, certo? Agora, dado um terreno com três casas, onde em cada casa vive uma família… Essas famílias convivem junto. Simples.

 

INTENSIFICAÇÃO (ocorre pleonasmo não vicioso)

Entrar pra dentro: imagine que está lendo um livro e aparece a cena de uma criança brincando na rua, jogando bola com os amigos. Por acidente, ela chuta uma pedra em vez da bola e se põe a chorar aos berros. A mãe sai de casa e grita “Filho, entra agora!” Então imagine a mesma cena, mas a mãe grita “Filho, entra pra dentro agora!” Qual das duas frases dá mais medo porque ocorre com mais intensidade? Pois então, aqui existe a figura de linguagem do pleonasmo.

Subir pra cima: filme de terror, monstros tentam invadir uma casa, a família está reunida na sala, o pai olha pro filho e diz: “Sobe lá pra cima.” Já sabemos que a casa tem mais de um andar e o pai quer que a criança se esconda no andar superior. Mesma cena, o pai diz “Sobe.” O filho de seis anos, sem entender, sobe no sofá.

 

Para saber mais, assista:

 

O pleonasmo é uma figura de linguagem que consiste na repetição de uma ideia por termos diferentes, a fim de dar ênfase ao que é dito. Assim, da mesma forma que outras figuras, tais como: metáfora, metonímia, eufemismo, ironia etc., o pleonasmo tem uma função específica na comunicação.

O que é comum ocorrer, contudo, é a demonização dessa figura de linguagem, uma vez que existe o que se chama de pleonasmo vicioso: quando a repetição é um vício de linguagem e não serve a um efeito de sentido. Por exemplo: “Ele entrou dentro do carro” pode ser considerado vício de linguagem, já que “entrar” é, por definição, “mover-se para dentro”. O “dentro”, nesse caso, dá uma ênfase desnecessária e a frase poderia ser simplesmente: “Ele entrou no carro.”

Porém, talvez por medo de cometer o pleonasmo vicioso, muitas pessoas evitam e julgam erradas as falas que fazem uso do pleonasmo; o que é um grande equívoco. Vamos agora às explicações sobre os casos apresentados.

 

LÓGICA (não ocorre pleonasmo)

Resultado final: durante um processo, pode haver vários resultados, já que vêm do verbo “resultar”: fazer surtir efeito ou proporcionar consequência. Assim, por exemplo: “Eu inventei de tentar fazer bolinhos de chuva e errei tudo, mas o resultado final foi razoável.” No contexto da frase, houve vários resultados desastrosos, mas, por fim, o narrador foi capaz de fazer bolinhos bons, esse foi o resultado final.

 

Conviver junto: a definição de “conviver” é “viver junto”, então o segundo termo é redundante. Só que, em determinadas situações, essa expressão faz todo sentido e é até necessária. Vejamos: uma família convive, certo? Agora, dado um terreno com três casas, onde em cada casa vive uma família… Essas famílias convivem junto. Simples.

 

INTENSIFICAÇÃO (ocorre pleonasmo não vicioso)

Entrar pra dentro: imagine que está lendo um livro e aparece a cena de uma criança brincando na rua, jogando bola com os amigos. Por acidente, ela chuta uma pedra em vez da bola e se põe a chorar aos berros. A mãe sai de casa e grita “Filho, entra agora!” Então imagine a mesma cena, mas a mãe grita “Filho, entra pra dentro agora!” Qual das duas frases dá mais medo porque ocorre com mais intensidade? Pois então, aqui existe a figura de linguagem do pleonasmo.

Subir pra cima: filme de terror, monstros tentam invadir uma casa, a família está reunida na sala, o pai olha pro filho e diz: “Sobe lá pra cima.” Já sabemos que a casa tem mais de um andar e o pai quer que a criança se esconda no andar superior. Mesma cena, o pai diz “Sobe.” O filho de seis anos, sem entender, sobe no sofá.

 

Para saber mais, assista:

 

escrito por

Léo Ottesen é escritor, poeta e professor de escrita criativa.



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