Regras ortográficas para nomes próprios: tire suas dúvidas

Regras ortográficas para nomes próprios: tire suas dúvidas

Oficialmente, recomenda-se que os nomes próprios respeitem as normas ortográficas da língua portuguesa. Na prática, vemos muitos nomes que não seguem, por exemplo, nem mesmo as regras de acentuação (nomes comuns, como “Taís”, “Laís”, Pâmela”, “Túlio” etc. são frequentemente escritos sem acentuação, e isso não interfere no modo como são pronunciados).

Nas imagens desta postagem, vemos que os cartórios brasileiros registram composições muito criativas, feitas com estratégias variadas (aportuguesamento de nomes estrangeiros, mistura de nomes dos pais, uso decorativo de letras como Y, W, K, H, apropriação de substantivos de outras áreas etc.).

Como esse assunto gera muitas dúvidas, quero dar uma resposta para algumas perguntas frequentes que vocês enviam:

🤔 “Meu nome é Andréia, com acento, mas a nova ortografia recomenda que não se use acento, como na palavra ‘ideia’. Devo alterar meu nome?”
Não é necessário. O que vale é a forma como ele foi registrado.

🤔 “Gostaria de nomear meu filho com uma combinação do meu nome e do meu marido. Posso fazer isso?”
No Brasil, sim. Os cartórios devem desaconselhar apenas os nomes que possam gerar constrangimento para a criança futuramente, mas não há uma lista de nomes permitidos/proibidos (como existe em Portugal, por exemplo).

🤔 “Estou grávida e não sei se o nome que escolhi deve ter acento ou não. Devo procurar um professor de português?”
É uma opção dos pais seguir ou não as regras ortográficas da língua. Essa é uma possibilidade, mas os cartórios farão o registro independentemente desse critério.

👉 O que eu considero mais importante que seguir regras ortográficas é garantir a escolha de um nome que não exponha a criança ao ridículo e não a obrigue a lidar com problemas no futuro. Ao mesmo tempo, muitas pessoas que têm nomes singulares apreciam isso, então a escolha requer reflexão e bom-senso dos pais. (Ei! O “hífen” em “bom-senso” não é consensual, viu? Polêmicas da língua…)

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Estabelecimentos com nomes terminados em eria e aria: modismo ou processo natural de formação de palavras?

Do papel surgiu a papelaria, do pastel a pastelaria, do sorvete a sorveteria, da cerveja a cervejaria e assim por diante. Para um brasileiro, não é preciso decorar nada para saber que os sufixos “eria” e “aria” podem designar um estabelecimento especializado em algo (se você sabia isso sem nunca ter pensado sobre esses sufixos, é porque a informação faz parte da sua “gramática internalizada”, aquele conjunto de “regras” que todos aprendem interagindo uns com os outros na sociedade, lendo, ouvindo etc.).Via @portugueselegal
 
O acréscimo de um sufixo às palavras é um dos mecanismos para a formação de novos termos. Como os sufixos -eria e -aria ajudam a designar um estabelecimento, eles podem ser adicionados a outras palavras e formar termos que, até então, não existiam.
Via @portugueselegal
Pamonharias, tapiocarias, brigaderias, empaderias, paleterias, esmalterias e outros estabelecimentos existem mesmo que as palavras não façam parte da língua portuguesa oficialmente. Se é apenas modismo ou se as palavras vieram para ficar é algo que só o tempo vai dizer. O termo “temakeria”, por exemplo, já está em dicionários como Houaiss e Michaelis.
 
Novas palavras surgem o tempo todo como consequência da necessidade dos falantes. Achar que um termo como “brigaderia” soa mal é um direito (e uma tendência dos usuários mais conservadores em relação à língua), mas não tem influência alguma sobre a possibilidade de ele se solidificar na língua ou não. Dicionários podem ser uma ferramenta de validação do uso consolidado de um termo, mas isso não significa que as palavras não dicionarizadas não tenham legitimidade ou autonomia. Só nos resta esperar.
(Eu não disse que português era legal?)
 
Via @portugueselegal
Para cursos, siga @portuguespravida.cursos.

Estabelecimentos com nomes terminados em eria e aria: modismo ou processo natural de formação de palavras?

Do papel surgiu a papelaria, do pastel a pastelaria, do sorvete a sorveteria, da cerveja a cervejaria e assim por diante. Para um brasileiro, não é preciso decorar nada para saber que os sufixos “eria” e “aria” podem designar um estabelecimento especializado em algo (se você sabia isso sem nunca ter pensado sobre esses sufixos, é porque a informação faz parte da sua “gramática internalizada”, aquele conjunto de “regras” que todos aprendem interagindo uns com os outros na sociedade, lendo, ouvindo etc.).Via @portugueselegal
 
O acréscimo de um sufixo às palavras é um dos mecanismos para a formação de novos termos. Como os sufixos -eria e -aria ajudam a designar um estabelecimento, eles podem ser adicionados a outras palavras e formar termos que, até então, não existiam.
Via @portugueselegal
Pamonhariastapiocariasbrigaderiasempaderiaspaleteriasesmalterias e outros estabelecimentos existem mesmo que as palavras não façam parte da língua portuguesa oficialmente. Se é apenas modismo ou se as palavras vieram para ficar é algo que só o tempo vai dizer. O termo “temakeria”, por exemplo, já está em dicionários como Houaiss e Michaelis.
 
Novas palavras surgem o tempo todo como consequência da necessidade dos falantes. Achar que um termo como “brigaderia” soa mal é um direito (e uma tendência dos usuários mais conservadores em relação à língua), mas não tem influência alguma sobre a possibilidade de ele se solidificar na língua ou não. Dicionários podem ser uma ferramenta de validação do uso consolidado de um termo, mas isso não significa que as palavras não dicionarizadas não tenham legitimidade ou autonomia. Só nos resta esperar.
(Eu não disse que português era legal?)
 
Via @portugueselegal

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Oi, tudo bem? (não responda)

Oi, tudo bem? (não responda)

Quem comenta sobre o tempo no elevador não está necessariamente interessado em meteorologia. O frio, o calor, a chuva, o vento e outras amenidades do dia a dia podem surgir na fala de quem tenta puxar assunto não para um aprofundamento do tópico escolhido, mas para estabelecer vínculo, para demonstrar abertura, para sinalizar algum tipo de simpatia ou amabilidade.
 
A língua não é literal e transparente, e por isso nossas falas nem sempre dizem aquilo que parecem dizer. Logo, um “Oi, tudo bem?” pode representar um cumprimento despretensioso, mesmo que tenha ares de curiosidade ou desejo de conhecer a condição do interlocutor. Uma construção mais informal é o “E aí?”, que pode ter como resposta um novo “E aí?”. Pode parecer não haver mensagem nesse diálogo, mas com ele se estabeleceu uma interlocução entre os falantes envolvidos. “Pois é.”
 
Esses são exemplos da função fática da linguagem, pois demonstram um empenho do emissor em iniciar ou manter a comunicação (outros exemplos mostram que esse “pendor para o contato” também poderia servir para “atrair a atenção do interlocutor ou confirmar sua atenção continuada” – trechos de Roman Jakobson em “Linguística e comunicação”).
 
Engana-se quem acha que tudo isso significa que o “Tudo bem?” não pode ter como resposta um relato de alegrias, mazelas e acontecimentos da vida. Em uma situação comunicativa, o que determina o significado real das frases é o contexto: quem são as pessoas envolvidas, qual é seu grau de intimidade, qual é a situação, quão interessadas as pessoas estão na resposta etc. Há cenários em que o “Tudo bem?” poderá significar “Boa tarde”, “Como vai?”, “Deu certo?”, “Você está melhor?”, “As coisas ficaram bem?”, “Posso falar com você?”, “Precisa de algo?” etc. Sendo assim, mesmo no Brasil de 2021, não é preciso extinguir o “Tudo bem?” como se a pergunta fosse insensível ou como se as respostas fossem óbvias. Elas podem ser mais variadas do que qualquer dicionário nos faria supor.
 
Texto de @carolinajesper.
 
Esta postagem foi inspirada pelo seguinte tuíte de @camilarrregi:
Se ensinassem pras pessoas que “oi, tudo bem?” exerce uma coisa chamada função fática não ficariam tão putos com essa pergunta. quem pergunta isso quer iniciar uma conversa, não saber como vc tá literalmente.

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