VÊ ou VER? DÁ ou DAR? Quando usar o R no final ou não?

VÊ ou VER? DÁ ou DAR? Quando usar o R no final ou não?

É uma dúvida comum, já que na fala costumamos suprimir a pronúncia desse R final. Vamos às explicações?
 
Um verbo terminado em R está na sua forma infinitiva, que é como o encontramos no dicionário. Isso significa que ele não foi conjugado.
Por exemplo: no dicionário, temos o verbo COMER, mas ele muda quando conjugado, como em EU COMO, ELE COME etc. A forma COMER pode aparecer em frases também, como em “Eu quero comer” (porque está acompanhando um verbo já conjugado), “Comer de manhã é importante”, “Tente não comer tanto açúcar” etc.
 
Voltando para os verbos VER e DAR. Quando usar o infinitivo?
1) Quando eles estiverem acompanhando um verbo auxiliar.
Exemplos:
Acho que isso ainda VAI DAR muita dor de cabeça.
Eles VÃO DAR presentes para as crianças carentes.
Eu não VOU VER nada se não buscar meus óculos!
 
2) Com outro verbo já conjugado.
Exemplos:
Eu QUERIA DAR menos trabalho para meus pais.
Você PODE me DAR mais atenção?
O médico CONSEGUIRÁ VER meu bebê hoje?
 
3) Depois de uma preposição.
Exemplos:
Alugamos uma sala para dar aulas.
Foram embora sem dar satisfações.
Sente para frente para ver melhor.
 
E quando usar VÊ e DÁ? Quando esses verbos estiverem conjugados!
– Meu bebê não dá trabalho.
– Ela dá aulas em casa.
– Minha avó não vê bem de perto.

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A expressão “sair à francesa” e a crase

A expressão “sair à francesa” e a crase

Saiu a francesa = a francesa saiu = uma mulher nascida na França foi embora.
 
Saiu à francesa = saiu de fininho, saiu discretamente, saiu sem se despedir.
 
“À francesa” é uma expressão que indica o MODO como algo aconteceu. Quando essas expressões trazem palavras femininas, são precedidas de “A” craseado. Outros exemplos são: à beça, à beira, às claras, às vésperas etc.
 
Em outras postagens deste site, você encontra várias informações sobre o uso da crase.
Para dominar esse assunto e tirar suas dúvidas diretamente com os professores, acesse www.portuguespravida.com.br.

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Quando usar interrogação e exclamação juntos?

Quando usar interrogação e exclamação juntos?

Várias gramáticas trazem informações acerca do uso associado do ponto de exclamação e do ponto de interrogação.

A ordem mais comum é ?!, mas em algumas gramáticas também vemos !?. O critério para escolher entre essas opções depende do efeito que se espera expressar.

Se nossa frase for majoritariamente INTERROGATIVA, podemos iniciar com interrogação e acrescentar uma exclamação para indicar admiração ou surpresa.

Podemos usar em frases como “O que você está fazendo aqui?!” ou simplesmente “Você por aqui?!”. Esse uso também é comum para expressar dúvida e espanto: “Quê?!”.

Podemos até mesmo repetir um sinal diante de uma besteira muito grande, por exemplo: “Hein?!!”.

Por outro lado, se a frase for majoritariamente EXCLAMATIVA, podemos iniciar com exclamação e acrescentar uma interrogação para indicar dúvida ou estranhamento. Esse uso é menos comum (e algumas gramáticas nem mesmo o mencionam), mas também é possível, sim.

IMPORTANTE: Combinar sinais diferentes implica o aumento da CARGA EMOTIVA do texto. Portanto, não é qualquer tipo de texto que admite esse uso (afinal, há contextos em que, em geral, a emoção e a subjetividade devem ficar de fora, como notícias ou dissertações, por exemplo). Já em conversas ou gêneros mais informais (como as histórias em quadrinhos), esse recurso é bem-vindo!

Falamos mais sobre as peculiaridades do uso da pontuação no nosso curso on-line. Se você quer assistir às aulas e ter a possibilidade de tirar dúvidas conosco por dois anos, acesse www.portuguespravida.com.br.

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É errado usar “todos e todas”?

É errado usar “todos e todas”?

Um leitor pergunta se é errado falar ou escrever “Bom dia a todos e a todas”.

Que pergunta interessante! Vamos analisar?

Dizer “Bom dia a todos” seria suficiente para incluir homens e mulheres, uma vez que a língua portuguesa se vale da forma masculina como o uso “neutro” que abrange elementos de gêneros distintos. Desse modo, “todos e todas” pode ser considerado uma redundância (ou pleonasmo) de fato.

No entanto, pergunto: o EFEITO DE SENTIDO é o mesmo quando o falante faz questão de explicitar o “todas”, com o gênero feminino, que não costuma ser marcado? CLARO QUE NÃO! Quem decide usar “todos e todas” sabe que não seria necessário, mas ESCOLHE fazê-lo. Em sociedades nas quais mulheres não foram consideradas interlocutoras por muito tempo, esse esforço do falante de ressaltar que se dirige também a elas é compreensível.

Recapitulando:
Dizer somente “Bom dia a todos” é suficiente? SIM.
Incluir “todos e todas” é errado? NÃO.
É necessário? NÃO.
Dá na mesma? NÃO.
Explicita um desejo do falante de ser inclusivo? SIM.

É só isso.
Você pode escolher como prefere falar, ok? Só não diga por aí que a redundância é idiota ou inútil, porque ela vem CARREGADA de sentidos e intenções inegáveis.

Como vocês têm notado com nossas postagens sobre vírgula e crase, pequenas mudanças provocam grandes impactos para o sentido. É fundamental não desprezar isso.

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