Devemos usar a vírgula antes do “etc.”?

DEVEMOS USAR A VÍRGULA ANTES DO “ETC.”?

(  ) A palestra foi sobre ensino, educação, língua portuguesa etc.
(  ) A palestra foi sobre ensino, educação, língua portuguesa, etc. 
 
 
A vírgula antes de “etc.” é FACULTATIVA.
Sendo assim, como decidir se você deve usar ou não?
Vamos às explicações.
 
Tradicionalmente, não se recomendava vírgula antes de “etc.” porque se trata de uma abreviatura (usada internacionalmente) para a expressão latina “et cetera” (ou ainda “et cætera”, ou “et coetera”), que significa “e assim por diante”, “e outras coisas do mesmo tipo” ou “e o resto”. Como sabemos, são poucos os casos em que aparece vírgula antes do “e” em língua portuguesa (e a listagem de itens NÃO está entre eles).
 
Como a expressão é iniciada pela conjunção “et” (que corresponde ao nosso “e”), muitos condenam também o uso do “e etc.” alegando que isso geraria uma repetição.
 
No entanto, a visão gramatical moderna tem se distanciado desses preceitos, especialmente porque a etimologia de cada palavra ou expressão acaba se perdendo com o tempo e seria impossível nos mantermos informados acerca de todas essas amarras ao fazermos uso da língua.
 
Temos, então, duas possibilidades de uso:
Comprei leite, legumes, frutas, etc. no mercado.
Comprei leite, legumes, frutas etc. no mercado. 
 
Reparem que, mesmo aparecendo no meio da frase, o “etc.” permanece com ponto final, pois ele faz parte da abreviatura. Mas, se o “etc.” estivesse no fim da frase, não dobraríamos o ponto (ou seja, um único sinal serviria para indicar o fim da frase e o fim da abreviatura):
Comprou no mercado leite, legumes, frutas etc.  
Comprou no mercado leite, legumes, frutas, etc.  
 
Também não se recomenda usar o “etc.” acompanhado de reticências, pois esses dois recursos podem ter a mesma função (indicar que há outros itens naquela enumeração).
 
A vírgula só é obrigatória se repetirmos o “etc.” algumas vezes, pois nesse caso teríamos uma enumeração: “Ele tentou se justificar, começou a falar dos problemas que está vivendo, citou que perdeu o emprego etc., etc., etc.” (Reparem que antes do primeiro “etc.” poderia haver vírgula ou não).
 
Por fim, apesar de EU achar que é uma tentativa de erudição um pouco excessiva, também se sabe que antigamente era comum criticarem também o uso de “etc.” ao final de uma lista de pessoas, visto que, ao pé da letra, a expressão se refere a outras “coisas”. Mesmo sabendo que muitos autores usam o “etc.” em referência a pessoas, algumas alternativas para quem preferir evitar esse emprego são “e assim por diante” e “entre outros”, por exemplo.
 
Diante de tantas possibilidades, o importante é se atentar a padronizações. Dentro de um mesmo trabalho acadêmico, por exemplo, escolha uma opção e use-a até o fim, para manter o texto uniforme. Se você trabalha para empresas como editoras, jornais e revistas, procure saber o padrão da casa, uma vez que em cada lugar é adotada uma convenção diferente, algo fácil de perceber com a leitura de diversos jornais.
 
Nos demais contextos, fique à vontade para ter suas preferências, sempre com a certeza de que qualquer opção pode ser considerada correta.

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1- “A decoração foi feita com tons PASTEL”.
Cores que têm o mesmo nome de objetos concretos nunca vão pro plural: “Adoro meus vestidos rosa”, “Compramos duas camisas vinho” etc.

2- “No verão, eu SUO muito”.
O verbo SUAR é conjugado assim! Quem “soa” é o sino.

3- “Aquela cena me deu UM dó!”
Dó é um substantivo masculino.

4- “AONDE você vai?”
Só usamos AONDE com verbos que exigem a preposição A: vamos A algum lugar, levamos alguém A algum lugar, e assim por diante. Nos outros casos, usamos ONDE: “Onde você mora?”.

5- “O detalhe passou DESPERCEBIDO”.
Despercebido = sem que ninguém percebesse. Desapercebido = descuidado, desprevenido.

6- “Acabo de CALÇAR minhas luvas!”
“Calçar” é o verbo mais adequado para falar sobre colocar as luvas, e não “vestir”! É o mesmo pra meias e sapatos.

7- “O Santos é o time MAIS BEM PREPARADO do campeonato”.
Antes de particípios (em geral, as palavras terminadas em “ado” ou “ada”), usamos “mais bem”, e não “melhor”. Outro exemplo: “No interior, a renda é mais bem distribuída”.

8- “Eu já TINHA IMPRIMIDO nosso trabalho”.
Imprimir tem duas formas. Com os verbos TER ou HAVER, usamos a forma longa (“Eles haviam imprimido…”). Nos outros casos, usamos IMPRESSO: “Os documentos estão impressos”, “Os livros foram impressos com sucesso”.

9- “FAZ 10 anos que mudamos para cá”.
Quando tem sentido de tempo transcorrido, o verbo FAZER nunca vai para o plural.

10- “Agradecemos A todos”.
Não acontece crase antes de palavras como “todos”, “todas”, “você”, “ele”, “ela”… Crase só acontece antes de palavra feminina precedida pelo artigo a. Portanto, ao escrever e-mails, o ideal é o “Boa tarde a todos”, por exemplo.

11- “Pintei A mão enquanto pintava a parede À mão”.
Quem pinta a mão tem o objetivo de ficar com a mão colorida. Quem pinta à mão faz alguma pintura usando a mão.

12- “Tenho certeza DE QUE eles virão”.
Quem tem certeza tem certeza DE algo. Outros exemplos: Tenho vontade DE que você venha (vontade DE algo); Tínhamos medo DE que você se zangasse (medo DE algo).

13- “HAVIA muitas pessoas na festa”.
Com sentido de “existir”, o verbo HAVER não vai pro plural.

14- “VAI HAVER protestos amanhã?”
O auxiliar que acompanhar o verbo “haver”, quando este tiver sentido de “existir”, também fica no singular. Outros exemplos: “Deve haver algumas notícias equivocadas sobre esse evento”, “Pode ter havido muitos problemas, mas não fomos informados”.

15- “Esta é a área de NÃO FUMANTES”.
O acordo ortográfico aboliu o hífen quando o “não” funciona como prefixo. Outros exemplos são: organização não governamental, filme de não ficção, o não cumprimento das normas etc.

Quem já sabe essas dicas de cor não pode se esquecer de outros pontos importantes:
● Conhecer as convenções oficiais da língua não apresenta qualquer relação com inteligência ou falta dela. Não discriminemos quem não domina as mesmas “regras” que nós!
● Em geral, o preconceito linguístico é um modo de esconder um preconceito social. Refletir sobre o incômodo causado por “erros” cometidos por outras pessoas é um jeito de a gente se policiar e aprender a respeitar a variedade de modos de falar.
● A correção gramatical não é tudo nessa vida, e a gramática nem é o lugar das certezas absolutas.
● Se essas observações não fazem sentido para você, sugerimos a leitura do texto “Menas é mais: a flor de Zíaco e outras histórias” 🙂 http://www.portugueselegal.com.br/menas-e-mais-a-flor-de-ziaco-e-outras-historias/

Carol Pereira | @carolinajesper
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