Perguntas dos leitores… respondidas!

Perguntas dos leitores… respondidas!

Temos recebido alguns e-mails de leitores e achamos que valia a pena responder assim, publicamente. Se alguém tiver outras ideias ou discordar de algum ponto, pode colaborar nos comentários.   😉

 

No momento eu estou em dúvida se devo seguir o curso de Letras em uma universidade federal, caso se eu seja aprovada. Eu gosto muito de literatura e de escrever, mas eu não gosto de gramática, e eu não sei se eu iria conseguir aprender tantas regras gramaticais. Bem, eu não sei que a equipe do site não é composta de conselheiros profissionais, mas eu preciso de ajuda e não sei o que fazer. Ficaria muito grata se vcs me ajudassem. Obrigada.
Olá! Pra você saber o quanto teria de se dedicar a isso aí que você está chamando de gramática (leia nosso último texto!), seria importante dar uma olhada no currículo da universidade na qual você pretende estudar. Em algumas, o domínio das convenções da língua é menos exigido, mas há cursos em que esse conteúdo tem um peso grande. De qualquer forma, não se engane: é esperado de um profissional de Letras que conheça bem (e muito bem!) a variedade-padrão da língua. Talvez seja uma chance para que você, em vez de fugir de conteúdos gramaticais, assuma o compromisso de aprendê-los. A gente jura que não é tão difícil assim…

 

Olá, sou formada em Letras e no momento estou sem emprego. Gostaria de saber se vocês tem alguma dica de como eu poderia ganhar dinheiro corrigindo ou produzindo textos em casa? Obrigada!
Olá! Você já pensou em fazer uma página profissional no Facebook e oferecer seus serviços? Pode ajudar, já que muitos desconhecidos chegarão até você. Outra ideia é pedir solicitação para entrar em grupos de algumas faculdades e anunciar neles, uma vez que há sempre algum estudante precisando de revisão de trabalho acadêmico. Também é possível preparar um currículo bem sucinto e atualizado e enviar para editoras solicitando testes de revisão ou elaboração de textos. Boa sorte!

 

Como faço para publicar no site de vocês?
Bem, o primeiro passo é ler bastante coisa do nosso site pra saber mais ou menos como a gente pensa. Se suas ideias forem parecidas com as nossas, seria um prazer publicar seu texto. Somos bem rígidos com essa seleção, mas estamos abertos. Basta enviar o texto e um pequeno resumo sobre quem você é para carolinajesper@gmail.com  🙂

 

Acredito que vocês possam me ajudar com uma dúvida, eu penso em cursar Letras porque gosto muito de literatura, é a minha matéria preferida e vou bem nela. Porém, tenho bastante dificuldade em gramática, talvez seja por isso que acho a matéria tão chata. Eu gostaria de saber se não gostar se gramática seria um empecilho muito grande pra esse curso.
Acreditamos que não seja um empecilho, não. Pessoas “da área” que não gostam ou não dominam as famigeradas “regras gramaticais” é algo mais comum do que se imagina. No entanto, como já dissemos, conhecê-las pode ter grande importância, até mesmo para o estudo da literatura. Verifique as disciplinas disponíveis no curso de Letras nas faculdades em que você tem interesse. Quem sabe não seja uma oportunidade para aprender e gostar mais?

 

Estou com algumas indagações complicadas em minha cabeça, sabe? […] O problema é: eu amo português mas acho que não tenho os pré-requisitos necessários para cursar Letras. Me ajudem! Que ferramentas posso usar para lidar um pouquinho melhor com gramatica? Me indiquem alguns livros e alguns métodos de estudo… Também estudo inglês e não sei como estudar de verdade, como praticar…  Espero que vocês possam me ajudar :/ 
Vamos lá. Você pode recorrer a algumas gramáticas, mas precisa saber que nunca vai sentar pra decorá-las e sim consultá-las em caso de dúvida. É assim que se aprende: pouco a pouco, desconfiando, pesquisando, fazendo anotações, vendo exemplos. A “Gramática Pedagógica do português Brasileiro“, do professor Marcos Bagno, é bem interessante. A “Nova gramática do português brasileiro“, do Ataliba de Castilho, também. Em vez de trazer “revelações” sobre a língua, trazem explicações e convites à reflexão. Se você procura algo mais enxuto, bem… não concordamos muito com a abordagem, mas o livro “Português e Gramática: Erros nunca mais“, do Ivo Korytowski, pode ser útil pra começar.

 

 

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Seis dicas sobre nossa língua (parte VI)

Seis dicas sobre nossa língua (parte VI)

Por que seis? Porque estamos agrupando aqui tudo o que postamos em nossa página de janeiro até agora.  😉

Aproveitem!

 

 

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VER TAMBÉM:

parte I

parte II

parte III

parte IV

parte V

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Sem medo de não entender

Sem medo de não entender

Uma das principais reclamações entre quem se recusa a ler grandes nomes da literatura brasileira é a suposta dificuldade para compreender o vocabulário dos livros. Por isso, resolvemos escrever um post curtinho e divertidinho e mostrar que não há motivos pra se assustar ao se deparar com uma palavra desconhecida. Em alguns contextos, mesmo que a palavra não estivesse lá, poderíamos entender todo o texto. Duvida? Observe a estratégia usada no anúncio publicitário a seguir:

submarino-portugues-legal-carol

 

O contexto bastou para que você completasse as primeiras frases sem dificuldade, não foi?
O mesmo acontece com qualquer trecho do Machado de Assis. Você sabe o que é uma alcova? Será de comer? De vestir? Dá pra comprar? É um nome pejorativo?
Vejam estes dois períodos de Dom Casmurro, por exemplo:

“Pádua enxugou os olhos e foi para casa, onde viveu prostrado alguns dias, mudo, fechado na alcova.”
“Fizeram-me entrar na alcova, onde ele jazia estirado na cama, mal coberto por uma colcha de retalhos.”

 

Lendo a primeira frase, a gente já saberia que se trata de um lugar. Com a segunda, sabendo que a alcova é o lugar onde encontramos a cama, fica fácil! Segundo o dicionário, era esse o nome de pequenos quartos de casas antigas.

Vejamos, agora, dois trechos do livro Quincas Borba:

“Freitas elogiava tudo, saudava cada prato e cada vinho com uma frase particular, delicada, e saía de lá com as algibeiras cheias de charutos.”
“Levantou-se, meteu as mãos nas algibeiras das calças e, depois de alguns passos, parou defronte de Sofia.”

 

Antes de ficar nervoso com a palavra desconhecida, tente imaginar aquele espaço em branco. Onde seria possível guardar charutos? Em uma bolsa? Um estojo? Olhando a segunda frase, fica fácil: se algibeira é um compartimento da calça onde é possível enfiar as mãos, só pode ser o bolso.

Essa tática vale também pra quem está aprendendo um idioma novo: em alguns contextos, somente determinadas palavras caberiam. A dica é reler a frase imaginando quais palavras fariam sentido lá. Costuma funcionar!

Se você tem outras dificuldades (birras, repulsas, fobias) ao ler, conte pra gente quais são e tentaremos ajudar! Fugir de autores SUPERLEGAIS como Machado de Assis por não entender algumas palavras é como deixar de ir à praia porque vai se sujar de areia.

Até a próxima!  😉

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