6 Junho 2014

possenti

http://terramagazine.terra.com.br/blogdosirio/blog/2013/05/09/vendo-tv/

 

proinfo
http://e-proinfo.mec.gov.br/eproinfo/blog/preconceito/mas-afinal-quem-e-a-sociedade.html

 

marcuschi

www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/externo/index.asp?id_link=11855&tipo=25&nitem=552509

 

emilia

www.youtube.com/watch?v=ImQa0t_qVm4

 

geraldi

Do livro “Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação”.

http://terramagazine.terra.com.br/blogdosirio/blog/2013/05/09/vendo-tv/   http://e-proinfo.mec.gov.br/eproinfo/blog/preconceito/mas-afinal-quem-e-a-sociedade.html   www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/externo/index.asp?id_link=11855&tipo=25&nitem=552509   www.youtube.com/watch?v=ImQa0t_qVm4   Do livro “Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação”.

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Nossa missão é combater o preconceito linguístico e dar dicas sobre o padrão da língua, que todos têm o direito de conhecer.



23 Maio 2014

 

Em 2008, quando era bolsista de Iniciação Científica, entrevistei algumas pessoas mostrando anúncios publicitários selecionados por conterem texto em inglês e fazendo perguntas como “O que está sendo anunciado aqui?”, “Você se interessaria por esse produto?” etc. Um desses anúncios trazia uma paisagem campestre, com uma árvore ao fundo, bolas azuis na grama, um cavalo branco e um casal que se abraçava de forma sensual. O único texto era “Powered by Pfizer”, mais ou menos o que você pode ver aqui (falta o cavalo nesta versão). Depois de 30 entrevistas, duas me chamaram muita atenção: a primeira com uma pessoa que, convicta, afirmou: “Mais uma vez é o governo mostrando a necessidade de cuidar do meio ambiente, preservar a natureza, cuidar das árvores…”. O outro entrevistado respondeu, quando perguntei o que estava sendo anunciado, que certamente se tratava de uma propaganda dirigida a fazendeiros que quisessem adquirir animais. Não os informei à época, mas o anúncio era do medicamento Viagra.

Em 2009, ouvi sem querer uma conversa de duas mulheres que falavam sobre um programa de televisão que oferecia cirurgias bariátricas a moças obesas e as acompanhava posteriormente para observar suas mudanças. O comentário que ouvi dizia respeito ao fato de as moças operadas terem ficado loiras um tempo depois da cirurgia. “É impressionante mexer no estômago e afetar a cor do cabelo, não é?”, disse uma, ao que a outra respondeu “pois é”.

Em 2010, uma amiga editora estava indignada com um profissional que havia cometido alguns equívocos em sua tradução, como o de escrever que uma loja vendia “40 LPs” quando, na verdade, o texto original dizia “LPs da década de 40” (40’s LPs, em inglês).

Em 2011, grande parte da mídia brasileira se manifestou contrariamente a uma coleção de livros didáticos chamada “Viver, aprender” alegando que o MEC havia aprovado um material que “ensina o aluno a falar errado”. Não pretendo chutar porta aberta com polêmica que já caducou, mas suponho que alguns tenham saído com uma conclusão equivocada depois da querela midiática.

Em todos esses casos, um pouco de pulga atrás da orelha teria evitado problemas de interpretação e convicções equivocadas. Faltou acender aquela luz vermelha que faz a gente se perguntar: SERÁ? Por que enfeitar com bolas azuis um anúncio de conscientização sobre a natureza? Será mesmo que uma cirurgia seria capaz de alterar a cor do cabelo de alguém? Por que alguém abriria uma loja para vender apenas 40 LPs? E os especialistas do MEC, por que defenderiam que os alunos aprendessem algo errado?

O que isso tudo tem a ver com português eu explico agora. Muitos equívocos de interpretação de texto e de tradução, por exemplo, parecem ser consequência de um momento em que faltou a pessoa parar e se dizer “mas espera, isso não faz sentido”. Pulga atrás da orelha também vale para dúvidas de ortografia: quem desconfia vai atrás, checa e aprende. Embora todos estejamos sujeitos a cometer equívocos, cabe pensar bem sobre esses exemplos e perceber que não se trata de acertar questões da prova de português, mas de evitar que algo evitável acabe afetando outras esferas de nossas vidas.

 

carol-pereira-portugueselegal Carol tem graduação em Letras, mestrado em Educação, e é editora de livros didáticos de português e inglês. carolinajesper@gmail.com

  Em 2008, quando era bolsista de Iniciação Científica, entrevistei algumas pessoas mostrando anúncios publicitários selecionados por conterem texto em inglês e fazendo perguntas como “O que está sendo anunciado aqui?”, “Você se interessaria por esse produto?” etc. Um desses anúncios trazia uma paisagem campestre, com uma árvore ao fundo, bolas azuis na grama, um […]

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25 Abril 2014

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“Isso não significa dizer que a norma culta não é relevante ou que não precisa ser ensinada. Significa apenas que as normas não cultas não são o que sempre se disse delas. E elas mereceriam não ser objeto de preconceito.

A leitura de um ou dois capítulos de qualquer manual de linguística poderia fazer com que todos se convencessem de que estivemos equivocados durante séculos em relação a conceitos como ‘falar errado’. Para combater esse preconceito, basta um pouco de informação.”

[Sírio Possenti]

  “Isso não significa dizer que a norma culta não é relevante ou que não precisa ser ensinada. Significa apenas que as normas não cultas não são o que sempre se disse delas. E elas mereceriam não ser objeto de preconceito. A leitura de um ou dois capítulos de qualquer manual de linguística poderia fazer com […]

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27 Fevereiro 2014

Escrevemos algumas informações sobre a forma como vemos nosso curso e as pessoas da área. Discorda? Comente aí!

 

1. Adoramos ganhar livros de presente, mas…

Costumamos ser mais seletivos (ou chatos) que a média. Por isso, mesmo que haja no momento um título-sucesso-de-vendas-traduzido-para-74-idiomas, convém pensar duas vezes antes de comprá-lo para alguém da área de Letras. Em geral, quanto mais uma pessoa lê, mais rigorosa ela fica com seus hábitos de leitura. Isso não quer dizer que ela não goste de best-sellers, nem que só leia clássicos, mas pode significar que ela já tem critérios mais específicos acerca do tipo de livro que gosta de ler. Por isso, tente saber quais são os autores, temas e/ou estilos favoritos do seu presenteado. Além disso, presentear alguém que é muito fã de um assunto ou estilo é sempre uma missão delicada: pode ser que a pessoa já tenha os presentes mais óbvios ou que tenha opiniões fortes sobre alguns itens que ainda não conhece. Pesquise bem e boa sorte!

2. Não ficamos procurando erros gramaticais quando os outros falam

Ninguém precisa se sentir inibido ou com medo de “cometer erros” perto de alguém formado em Letras. Ao contrário do que muita gente pensa, os primeiros anos de estudos na área costumam tornar os alunos mais tolerantes com as várias formas de falar e mais interessados em compreender esses falares. Não somos fiscais da gramática! Quem entra na graduação esperando passar 4 ou 5 anos estudando gramática loucamente pode levar um susto ao conhecer o currículo do curso. Portanto, pessoas de outras áreas: libertem-se. Não vamos reparar no modo como vocês falam e muito menos corrigir vocês em situações constrangedoras. (Se você quer saber quando achamos ou não coerente corrigir alguém, veja: desenhamos aqui.) Essa nova postura foi, para nós, influência dos estudos de Linguística. A Linguística está para a Letras assim como o brigadeiro está para uma festa de aniversário de criança: se não tiver, vai fazer falta.

3. Ser professor não é nossa única opção

Mas é uma ótima opção. O primeiro passo para valorizar a profissão do professor não é aumentar seu salário (isso também, claro!), mas sim reconhecer o papel fundamental que ele tem. Professor precisa de muito prestígio, porque sua relevância, impacto e dedicação (aos estudos, ao aperfeiçoamento, ao planejamento de aulas etc.) são indiscutíveis. Por isso, a próxima vez que o caçula da família anunciar que quer estudar Letras, evite comentários como “Mas você é tão inteligente!”, “Mas com essa nota você poderia fazer Medicina!”, “Mas você vai ser professor?”. Em vez disso, sugerimos algumas opções: “Que sorte dos alunos que terão você como professor!”, “Que bom pra educação do país!”, “Que prestígio para nossa família!”. Isso tudo é verdade, mas também é verdade que quem faz Letras não é obrigado a ser professor. Pode ser tradutor, revisor, editor, escritor, consultor, redator, intérprete, repórter, empresário; pode trabalhar em banco, no comércio, em áreas administrativas etc. Tão importante quanto clamar que os professores precisam ter boa formação é respeitar e incentivar quem escolhe esse caminho.

4. Acordar transformados em “professor Pasquale” não é exatamente nosso sonho

Muita gente diplomada em Letras acaba sendo chamada de “professor Pasquale” por amigos e familiares, em uma brincadeira com intenção simpática por parte daqueles que conhecem e/ou admiram essa figura tão popular. De fato, é um grande feito que um professor de português tenha conseguido ocupar tanto espaço na mídia (e no imaginário). No entanto, por muitos anos o professor Pasquale teve uma “abordagem” no ensino da gramática que era questionada em alguns cursos de Letras, por destoar de visões mais recentes sobre o estudo de línguas. Ele e seus seguidores costumavam passar a ideia de que só existe uma maneira certa de falar, sem fazer ressalvas sobre adequação e contexto, o que tende a gerar uma visão preconceituosa sobre os falantes. Com os avanços dos estudos na área de Linguística, a visão sobre língua e seu ensino foi ficando distante da ideia de que só existe uma gramática aceita. Por isso, apesar de sermos colegas de área, nem sempre ele é nosso maior ídolo.

 

Para saber mais sobre nosso projeto, clique aqui ou acesse:       

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