17 Julho 2015

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Nossa missão é combater o preconceito linguístico e dar dicas sobre o padrão da língua, que todos têm o direito de conhecer.



30 Abril 2015

O senso comum costuma acreditar que o melhor professor de uma língua estrangeira é o nativo, aquele que cresceu falando o idioma e que, portanto, deve ter maior domínio sobre seu vocabulário e estruturas sintáticas. Para quem se encaixa nesse perfil, o argumento funciona como uma jogada de marketing implacável: estampar os dizeres “professor nativo” em cartões de visita é uma ótima estratégia para valorizar o passe. Para os alunos, por outro lado, a informação ajuda a estimular investimentos financeiros: não vale a pena gastar um pouco mais e aprender um idioma com alguém que sempre fez uso dele sem esforços? Claro que sim! (cof cof)

A maneira mais fácil de contestar esse argumento é perguntar aos nossos amigos brasileiros se se sentem aptos a lecionar o português, seja para outros brasileiros ou para um aluno estrangeiro. Somos, todos nós, falantes fluentes e proficientes do português brasileiro, conhecedores de um vocabulário vasto e de todas as estruturas necessárias para nos expressar, seja lá qual for a variante do português que empregamos. Poucos de nós, porém, têm o conhecimento necessário da língua para ensiná-la. O que justifica, então, a falsa ideia de um professor estrangeiro é tudo o que um aluno pode querer?

Suponho que a primeira resposta esteja relacionada à mania dos brasileiros de achar que não sabem o português e que as pessoas de países supostamente mais desenvolvidos dominam as estruturas e nomenclaturas ensinadas em ambiente escolar. Ao contrário do que pensamos, o que acontece com os brasileiros é o que acontece com qualquer ser humano de qualquer lugar do planeta: a língua que usamos no dia a dia não corresponde à língua registrada nas gramáticas. No mundo todo, todos cometem desvios e nem todos conhecem a língua padrão. E mais: não há nada de errado nisso. A única conclusão a se depreender daí é que ter nascido na Inglaterra, na França ou no Canadá, por exemplo, não faz de ninguém um professor por excelência. O mesmo acontece na área de tradução: não é por que alguém morou por anos em outro país que se transformou em um tradutor habilitado daquele idioma! Ensinar, traduzir, revisar, tudo isso requer muito estudo.

A segunda resposta que eu daria pra pergunta “Por que se sonha com professores estrangeiros?” pode ser traduzida na fala de quem diz querer aprender “sem sotaque”. Imagino um gringo comemorando o fato de ter encontrado um professor brasileiro, crendo que poderá aprender o português sem sotaque. Não é só um estrangeiro falando outro idioma que tem sotaque; todo mundo tem, falando a língua que for. Portanto, além do inevitável sotaque que já acrescentaremos à língua que formos aprender, o sotaque característico da região de onde vem nosso suposto “nativo sem sotaque” estará presente. Algum problema nisso? Nenhum.

Também é possível pensar, não sem certa dose de preconceito, que pode ser mais chique ter um professor nativo. Sei que provavelmente a minoria das pessoas procuraria um professor nativo por esse motivo, mas já que estamos elencando possibilidades, não custa incluir também esta.

Não pretendo, com essa reflexão, dissuadir ninguém quanto a ter um professor nativo. Quem tem o objetivo de praticar a “conversação” pode se beneficiar imensamente tendo um professor cuja proficiência é inquestionável, por exemplo.

Também existem muitos nativos que se preparam para lecionar e que, como os outros professores, devem ser valorizados. O objetivo deste texto é somente assegurar aos leitores que professores brasileiros podem, sim, lecionar um idioma estrangeiro com excelência, e que professores nativos não são garantia de aulas brilhantes (embora isso possa acontecer). Uma última comparação é que o professor brasileiro, por ter domínio das duas línguas, conhece os pontos de dificuldade que o aprendizado pode apresentar, o que não aconteceria com um professor que não domina o português.

Se você tem um bom professor, portanto, não se lamente pela nacionalidade dele. A gente garante que isso é o de menos.

O senso comum costuma acreditar que o melhor professor de uma língua estrangeira é o nativo, aquele que cresceu falando o idioma e que, portanto, deve ter maior domínio sobre seu vocabulário e estruturas sintáticas. Para quem se encaixa nesse perfil, o argumento funciona como uma jogada de marketing implacável: estampar os dizeres “professor nativo” […]

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27 Fevereiro 2015

Não dá pra negar: nós julgamos as pessoas com base na maneira como elas falam. Questionamos quando alguém que ocupa um cargo alto comete desvios em relação à norma-padrão da língua, ridicularizamos quem parece assassinar a língua portuguesa (leia mais) e duvidamos de que um presidente que “não sabe nem falar” possa governar nosso país. O fato é: estamos errados. Se nos julgamos cultos e aptos o bastante a ponto de podermos avaliar a fala dos outros, certamente também poderemos tentar entender a razão que a desencadeia. É uma maneira de perceber que o funcionamento da língua é mais complexo do que parece e de pararmos de simplesmente nos queixar em nome de nossos ouvidos sensíveis, que não sabem lidar com variantes da nossa língua. Alguns exemplos:

 

Menas é mais

As pessoas aprenderam que as palavras relacionadas a substantivos femininos devem ficar no feminino. Por exemplo:

muitos homens, muitas mulheres

muitos dias, muitas vezes

muito sono, muita vontade

E, seguindo o mesmo raciocínio, dizem:

Menos cansado, menas cansada

Menos pesado, menas pesada

O “menos”, porém, não tem flexão de gênero. Sendo assim, “menas”, em teoria, não existe. Por que motivo, então, as pessoas usam essa palavra?

Quem diz “menas” usa sempre com palavra feminina. Ninguém vai falar “menas dias” ou “menas homens”, mas sim “menas horas”, “menas vezes”, “menas oportunidades”, “menas fome”. Ou seja: estão aplicando a flexão de gênero, o que estaria certo em quase todos os outros contextos, mas não nesse. O raciocínio está certo. Não se trata de um erro absurdo, de ignorância, burrice ou incompetência. É apenas uma exceção que algumas pessoas desconhecem. Mais que isso: podemos considerar um caso de hipercorreção, pois é justamente por ter um conhecimento que esse equívoco é cometido. O “problema” (que, convenhamos, não constitui de fato um problema) é que um conhecimento que foi adquirido está sendo aplicado em mais contextos do que deveria. Uma pequena inadequação, nada grave.

 

A flor de zíaco

Podemos até achar engraçado, mas antes de deslegitimarmos o indivíduo que fez esse registro, cabe perguntar: Que caminho foi percorrido para que “afrodisíaco” se tornasse “a flor de zíaco”?

Comecemos pela “flor”. Em algumas regiões, é comum a troca do L pelo R (rotacismo, o mesmo fenômeno percebido em “frauta”, “Craudio”, “pranta” etc.), bem como a supressão do R final (como em “dotô”, “amô”, “calô”). Não seria estranho supor, portanto, um falante que refletisse consigo: “bem, eu falo FRÔ, mas a gente escreve FLOR”. Pensemos agora sobre a sílaba “di”, em “afrodisíaco”. Como é comum pronunciarmos i em palavras terminadas com a letra E, seria plausível supor novamente que o falante se convenceu de que falamos “di”, mas devemos escrever “de”. Ou seja, o raciocínio que transformou “afrodisíaco” na flor de zíaco é completamente lógico! Essa nova segmentação, embora provoque risos, não pode ser considerada um resultado de ignorância, uma vez que foram justamente os SABERES do falante que resultaram nela.

 

Quem tem um pobrema tem dois

E quem diz essa frase também tem um problema, que é nunca ter estudado a história da nossa língua (e de outras). O rotacismo, nome dado ao fenômeno de trocar L por R (e vice-versa), é algo verificado ao longo da evolução de várias línguas. No caso do português, há muitas palavras que hoje usamos com R mas que, em sua origem, eram grafadas e pronunciadas com L. Tiramos alguns exemplos de um livro do professor Marcos Bagno:

blandu > brando

flaccu > fraco

obligare > obrigar

plica > prega

Essas mudanças são próprias das línguas! Quando temos mais facilidade para pronunciar determinados sons, tendemos a preferi-los em detrimento de outros. A lei do mínimo esforço é bastante comum nessa área, ou alguém acha que “vossa mercê” era mais fácil de pronunciar que “você”? E por que cortamos o R final do infinitivo dos verbos (“estudá”, “fazê”, “comê”)?
Se achamos que uma pessoa não merece ser ouvida porque não conhece todas as convenções da língua, quem tem um problema somos nós.

 

Por fim…

Não custa lembrar que a nossa mania de rir de quem “fala errado” é menos uma preocupação linguística que nosso ímpeto por discriminar o diferente. Como disse o professor Sírio Possenti: “No fundo, o preconceito linguístico é um preconceito social. É uma discriminação sem fundamento que atinge falantes inferiorizados por alguma razão e por algum fato histórico. Os que dizemos que falam errado são apenas cidadãos que seguem outras regras e que não têm poder para ditar quais são as elegantes.”

 

_________________________________________

PS: Proponho um exercício rápido. Quando criticamos quem comete algum desvio em nossa língua, nos esquecemos de que existem sempre aquelas normas que desconhecemos. Veja as dicas abaixo e responda: você sabia?   🙂

1. A palavra “siclano” não consta em nenhum dicionário! O correto é dizer “fulano, beltrano e sicrano”.

2. “Dó” é uma palavra masculina, portanto, se quisermos ser grammarnazis, deveremos dizer “me deu um dó!” e não “uma dó”.

3. A conjugação correta do verbo VER é “se eu vir”, e não “se eu ver”.

4. Embora seja comum ouvirmos “a champanhe”, essa palavra está registrada em boa parte dos dicionários como substantivo masculino, e no VOLP como substantivo de dois gêneros!

5. Uma crise pode por “em XEQUE” o futuro de nossa cidade, e não “em cheque”.

6. Quem nasce na Bahia é baiano, sem H.

7. Quem torce pro Corinthians é corintiano, sem H.

8. “Mascote” é um substantivo feminino.

9. A frase “Gosto de livros que baseiam-se em histórias reais” está errada. Obrigatoriamente, devemos dizer “livros QUE SE BASEIAM”, pois o “que” atrai o “se”.

10. “Grama” é um substantivo feminino quando estamos falando daquela ervinha verde de jardim. Já a unidade de medida é um substantivo masculino. Por isso pedimos duzentos gramas de presunto, e não duzentas.

 

marcuschiiiiiiiiiiiiiiiii

 

ziaco

 

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9 Fevereiro 2015

Por que seis? Porque estamos agrupando aqui tudo o que postamos em nossa página de janeiro até agora.  😉

Aproveitem!

 

 

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VER TAMBÉM:

parte I

parte II

parte III

parte IV

parte V

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