ALITERAÇÃO
É um recurso linguístico, ou figura de linguagem, em que se repetem sons CONSONANTAIS (consoantes) a fim de se criarem ritmo e impacto sonoro. Ou seja, é uma ferramenta de estilo.
É muito comum nos trava-línguas, como “O rato roeu a roupa do rei de Roma.”
Exemplos na literatura:
“De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada”
(Chico Buarque)
“ela espanta e encanta
na mesma rima
e na mesma cama”
(Léo Ottesen)
ASSONÂNCIA
Similar à aliteração, mas se repetem sons VOCÁLICOS (vogais). Difere-se da simples rima uma vez que não necessariamente aparece no final das palavras e frases ou versos.
Exemplos na literatura:
“Lava roupa todo dia, que agonia
Na quebrada da soleira, que chovia
Até sonhar de madrugada, uma moça sem mancada
Uma mulher não deve vacilar”
(Luiz Melodia)
“ela espanta e encanta
na mesma rima
e na mesma cama”
(Léo Ottesen)
MALSONÂNCIA
A aliteração e a assonância, enquanto figuras de estilo, servem a propósitos artísticos, são ferramentas que os autores utilizam a fim de causar algum efeito, como os sonoros de ritmo (principalmente, na música, mas também na poesia) e os sonoros de imagem. Por exemplo: o T (com sons de T e TCH, “tanto”, “tinha”) e o K (“quanto”, “casa”, “cai”) são sons secos, lembram algo batendo, por isso são utilizados em textos que tenham a ver com alguma forma de violência, ainda que branda.
Ainda que de forma inconsciente, os autores utilizam essas ferramentas com um sentido específico, ou seja, não são por acaso.
Já quando essa utilização é acidental, sem propósito, e causa algum desconforto no leitor ou ouvinte, ela é malsonante, isto é, soa mal.
Exemplo do próprio texto:
“(…) são sons secos…”
A repetição do S faz com que a voz na nossa mente sibile, imite uma cobra, mas isso não tem função poética, já que o texto é explicativo. Nesse caso, a aliteração não é uma figura, mas um vício de linguagem chamado de malsonância.
CACOFONIA
Um tipo de malsonância em que se formam outras palavras a partir dos sons já existentes.
Exemplos clássicos:
“Eu amo ela.” (moela)
“Eu vi ela.” (viela)
“Música gaúcha.” (caga)
BÔNUS: Durante uma aula de conversação em francês, eu disse que, do alto do apartamento, se via “une mer de personnes” (um mar de gente). Minha professora disse que tava ótimo, mas eu devia tirar a merda (mer de).
ALITERAÇÃO
É um recurso linguístico, ou figura de linguagem, em que se repetem sons CONSONANTAIS (consoantes) a fim de se criarem ritmo e impacto sonoro. Ou seja, é uma ferramenta de estilo.
É muito comum nos trava-línguas, como “O rato roeu a roupa do rei de Roma.”
Exemplos na literatura:
“De tudo que é nego torto
Do mangue e do cais do porto
Ela já foi namorada
O seu corpo é dos errantes
Dos cegos, dos retirantes
É de quem não tem mais nada”
(Chico Buarque)
“ela espanta e encanta
na mesma rima
e na mesma cama”
(Léo Ottesen)
ASSONÂNCIA
Similar à aliteração, mas se repetem sons VOCÁLICOS (vogais). Difere-se da simples rima uma vez que não necessariamente aparece no final das palavras e frases ou versos.
Exemplos na literatura:
“Lava roupa todo dia, que agonia
Na quebrada da soleira, que chovia
Até sonhar de madrugada, uma moça sem mancada
Uma mulher não deve vacilar”
(Luiz Melodia)
“ela espanta e encanta
na mesma rima
e na mesma cama”
(Léo Ottesen)
MALSONÂNCIA
A aliteração e a assonância, enquanto figuras de estilo, servem a propósitos artísticos, são ferramentas que os autores utilizam a fim de causar algum efeito, como os sonoros de ritmo (principalmente, na música, mas também na poesia) e os sonoros de imagem. Por exemplo: o T (com sons de T e TCH, “tanto”, “tinha”) e o K (“quanto”, “casa”, “cai”) são sons secos, lembram algo batendo, por isso são utilizados em textos que tenham a ver com alguma forma de violência, ainda que branda.
Ainda que de forma inconsciente, os autores utilizam essas ferramentas com um sentido específico, ou seja, não são por acaso.
Já quando essa utilização é acidental, sem propósito, e causa algum desconforto no leitor ou ouvinte, ela é malsonante, isto é, soa mal.
Exemplo do próprio texto:
“(…) são sons secos…”
A repetição do S faz com que a voz na nossa mente sibile, imite uma cobra, mas isso não tem função poética, já que o texto é explicativo. Nesse caso, a aliteração não é uma figura, mas um vício de linguagem chamado de malsonância.
CACOFONIA
Um tipo de malsonância em que se formam outras palavras a partir dos sons já existentes.
Exemplos clássicos:
“Eu amo ela.” (moela)
“Eu vi ela.” (viela)
“Música gaúcha.” (caga)
BÔNUS: Durante uma aula de conversação em francês, eu disse que, do alto do apartamento, se via “une mer de personnes” (um mar de gente). Minha professora disse que tava ótimo, mas eu devia tirar a merda (mer de).
Léo Ottesen
Léo Ottesen é escritor, poeta e professor de escrita criativa.